Imagem - Rei Salomão e a Rainha de Sabá
Quando Salomão ascendeu ao trono, Israel tinha tudo para se tornar a
mais poderosa nação do Oriente Próximo. O Egito e a Babilônia, as
maiores potências da época, se encontravam debilitadas devido a
problemas internos e a discensões políticas. As pequenas nações vizinhas
não mais apresentavam grandes problemas devido às ações de Saul e Davi.
Toda esta situação era muito favorável aos judeus e Salomão não
deixaria escapar esta oportunidade, e assim o fez.
Dividiu seu império em províncias administrativas, fez construir estradas e entrepostos comerciais nos lugares mais distantes.
Salomão foi hábil o bastante para manter a paz em seu país por quarenta
anos, formar o que talvez tenha sido o exército mais poderoso da
história judia, e firmar acordos que muito lhe valeram, como o firmado
com Hirã, rei de Tiro. Apesar de todo o poder de seu exército, Salomão
preferia "comerciar a guerrear".
Com o acordo firmado com Hirã, cujo reino ficava na Fenícia, se fez
possível construir um templo, que era um de seus sonhos, e uma numerosa
esquadra comercial que, segundo hoje se sabe, navegava por todo o
Mediterrâneo, visitando também a Cornualha, no sul da Inglaterra, a
Índia e o litoral atlântico da África. A Bíblia nos dá uma idéia da
plenitude deste comércio marítimo:
"Então foi Salomão a Asiongaber, e a Ailat, à praia do mar Vermelho, que
é a terra de Edom. E o rei Hirã lhe mandou por seus vassalos naus, e
marinheiros práticos do mar, e foram com a gente de Salomão a Ofir e de
lá trouxeram ao rei Salomão quatrocentos e cinqüenta talentos de ouro… E
os servos de Hirã, com os de Salomão trouxeram também ouro de Ofir, e
madeiras de tino, e pedras de sumo preço: das quais madeiras fez o rei
os degraus da casa do Senhor, e no palácio real, e as cítaras, e os
saltérios dos músicos. Nunca se viram na terra de Judá madeiras
semelhantes. … E o peso do ouro, que todos os anos se trazia a Salomão,
era de seiscentos e sessenta e seis talentos de ouro" (2 Par. VIII, 17;
IX, 10-13).
A exploração destas minas distantes fornecia ao rei os metais de que
precisava, principalmente largas quantidades de cobre e ouro. Após a
morte de Salomão, porém, Israel e Tiro entraram em rápida decadência,
esmagados por inimigos externos e disputas internas. O tráfico naval foi
interrompido e os entrepostos coloniais entregues à própia sorte.
Poucas colônias, como Cartago, prosperaram e sobreviveram. As outras
foram abandonadas, e entre elas, estava Ofir, a misteriosa cidade
africana onde operários vindos de Tiro extraíam ouro para o rei Salomão.
Vestígios de uma imponente cidade-fortaleza foram encontrados por
exploradores modernos em plena selva africana, a apenas 300 quilômetros
de Sofala. Suas construções nos lembram o estilo fenício. Hoje, após
diversas escavações e exaustivas pesquisas, acredita-se ter sido ali a
fabulosa Ofir.
Suas ruas, muralhas e depósitos apresentam uma técnica de construção
típica dos fenícios, ou seja, sem ligadura de cimento. Outro fator
interessante e que parece corroborar com a crença de ter sido esta a
cidade perdida de Ofir, é que o desenho do pássaro com asas abertas,
idêntico ao que faziam os fenícios em outras cidades por eles
construidas, foi encontrado nessas ruinas. Também foram encontradas nas
proximidades, ruinas análogas menores, que os naturais chamam pelo nome
de Zimbabye ou Zimbabwe, que significa "casa real" ou "casa de pedra".
O que mais surpreendeu os descobridores foram as minas de ouro
abandonadas encontradas nas imediações. Minas estas com galerias e
ferramentas com o puro estilo fenício e fornos onde o metal extraido era
fundido em barras. Suas galerias conduzem a um rico veio aurífero o
qual apesar de ter bastante explorado, ainda conserva praticamente
intacta sua fabulosa reserva. Alguns estudos realizados por
estatísticos, baseados em dados e documentos históricos bastante sérios,
calculam que o valor do ouro que dali saiu para os cofres de Salomão
chegou a 2 milhões de libras esterlinas.
Esta foi, provavelmente, uma das minas de Salomão, mas existem muitas outras esperando para serem descobertas.
Bibliografia:
- Grandes enigmas da humanidade, Editora Vozes – Luiz C. Lisboa & Roberto P. de Andrade;
- The land of Hotu Matu'a - pe. Sebastian Englert