O cérebro humano é um poderoso e complexo computador. Em suas funções pré-programadas, em seus defeitos e – não raro – influências externas físicas e químicas, estão a explicação para a maioria – se não todos – os mistérios “sobrenaturais” experimentados por diversas pessoas.
No tópico “funções pré-programadas” está algo que realmente faz muita gente acreditar em muita baboseira. Trata-se da pareidolia.
Para entender melhor a pareidolia, analise primeiro as imagens abaixo:
Você enxergou rostos em todas as imagens? A não ser que as funções cognitivas de seu cérebro não estejam funcionando bem, você foi capaz de enxergar rostos ou expressões humanóides em todas ou, pelo menos, em quase todas as imagens acima.
Como já foi mencionado várias vezes pelo Whatever The case May Be, nosso cérebro é uma máquina de criar e identificar padrões e não aceita ver ou ouvir algo que não pode se encaixar nesses padrões – talvez daí venha o medo do desconhecido. E no caso da imagens acima, trata-se da já citada pareidolia. É um fenômeno natural de nosso cérebro onde, com estímulos visuais ou sonoros, somos capazes de “enxergar” ou simplesmente criar um sentido distinto para algo abstrato que se encaixe nos padrões criados pelo cérebro. Rostos são os mais comuns, já que temos uma predisposição natural a identificar rostos humanos desde que abrimos os olhos, quando bebês, pela primeira vez. Assim somos capazes de “ver” rostos em tudo, desde que o abstrato contenha alguns poucos traços que se encaixam no padrão de um rosto humano.
COMO SOMOS ENGANADOS
Quanto mais perto de nosso cotidiano e nossas crenças, mais fácil e rápido somos “vítimas” da pareidolia, enxergando anjos em manchas nas janelas, fantasmas em borrões da visão periférica, sorrisos em pias e mensagens secretas em discos rodando ao contrário.
Muitas vezes não somo capazes de identificar algo, mas, basta que nos seja insinuado para que nosso cérebro entre em desespero e comece a recriar os padrões da imagem ou áudio para aplicar na insinuação – “Ei, você está vendo Jimi Hendrix ali na parede?”.
O problema maior é quando as pessoas começam a acreditar que a pareidolia não é um fenômeno psicológico e sim algo sobrenatural. Aí começamos a ver peregrinações para adorar Maria em manchas nas janelas, Jesus “projetando sua imagem” em qualquer mancha, líquido ou farelo, que acabam se tornando objetos frutos de “milagres” e por aí vai.
Só gostaria de alertar à essas pessoas, que tomem cuidado com isso, pois, algum dia podem ver sua fé abalada ao se deparar com algo assim: