"See you in another life, brotha!"
Erin Farley já planejou seu domingo. Duas horas antes do último  episódio de Lost ser transmitido a três fusos horários de  distância, ela vai desligar sua conexão com a internet. Twitter?  Deslogado. Facebook? Fechado. Seu celular? Escondido e fora de alcance.  "Vou desconectar toda a internet para evitar que estraguem a surpresa",  disse Farley, uma escritora freelancer de 31 anos, em Portland, Oregon. A  internet em geral, e as redes sociais em particular, podem ser um campo  minado para aqueles que estão tentando se manter no escuro sobre um  evento ou seriado, para que possam apreciá-lo mais tarde. Quando as  Olimpíadas e o Grammy se atrasam devido ao fuso horário, por exemplo, o  bate-papo on-line dos críticos de poltrona sobre as vitórias e derrotas  pode arruinar o suspense num instante.
Mas o problema é  especialmente grave para os fãs de Lost. Seu enredo em tempo  não-linear e suas camadas de mistérios fazem com que um único tuíte  indiscreto seja capaz de arruinar um episódio inteiro para quem ainda  irá assisti-lo. Ao mesmo tempo, alguns fãs não podem resistir ao desejo  de compartilhar as reviravoltas de cair o queixo na noite de domingo, na  rede ABC.
Usuários de DVR e pessoas que não vivem na Costa Leste,  onde Lost é apresentado primeiro, estão especialmente à mercê  dos estraga-prazeres virtuais. Fãs no exterior podem ter que esperar  dias para a transmissão local - vários anos no tempo da internet. Esta  foi uma razão para que a Walt Disney Company, proprietária da ABC, tenha  anunciado nesta semana que retransmissores em vários países europeus e  em Israel mostrarão o final de Lost na manhã de segunda-feira, ao mesmo  tempo em que ele será visto na costa oeste dos Estados Unidos.
Merece uma Lida... This is The End via Teorias Lost
Merece uma Lida... This is The End via Teorias Lost
A  mudança vai salvar Kelvin Downey, um barman irlandês de 23 anos, de ter  de passar quatro dias esquivando-se de menções on-line do final ou de  ser tentado a baixar uma cópia ilegal do episódio, embora isso  signifique sintonizar no horário nada nobre das 5 horas da manhã de  segunda-feira para assisti-lo.
"Estávamos preocupados que ele  estivesse arruinado para nós", disse Downey. "Mas, agora que nós podemos  ver a transmissão simultânea, não teremos que evitar o Twitter ou a  internet." Uma vez que Lost se estende há 121 episódios, ou 94  horas, durante seis temporadas, cada uma mais enigmática que a anterior,  seus fãs radicais sentem que muito está em jogo.
"Se você  investiu tanto tempo vendo o seriado, não quer que ele exploda", disse  Christopher Frankonis, 40, que trabalha em uma livraria de Portland.  "Você quer que a recompensa seja a mais pura possível. Você apenas tem  que fazer o 'logoff' e esperar sua vez." A tensão entre os tagarelas e  aqueles que simplesmente não querem saber, por vezes coloca amigo contra  amigo. "Se eu postar sobre Lost, vou tentar fazer isso em  código", disse Kristina Lucarelli, 23 nãos, que mora em Manhattan e irá  assistir ao episódio desta semana com amigos e cerca de 150 fãs em um  bar no East Village chamado Professor Thom's.
Mas há duas semanas,  depois de assistir incrédula a como dois dos principais personagens da  série morreram, Lucarelli rapidamente postou sobre isso. "Fiquei tão  chocada", disse ela. "Não pude me conter."
"Ela o arruinou  completamente para mim", exclamou Whitney Jefferson, 25 anos. "Estava  esperando para assisti-lo com o meu namorado e ela escreveu sobre ele no  Twitter e no Facebook". "A Costa Leste constrói a consciência da Costa  Oeste", disse Mark Ghuneim, executivo-chefe da Wiredset, uma agência de  publicidade digital com sede em Nova York, que cria e acompanha  campanhas de marketing em meios de comunicação social. "As pessoas vêem  os outros falarem sobre isso e ficam ligadas." Mas para séries tão ricas  e complexas como Lost, Ghuneim acredita que "a internet se transformou  em um grande estraga-prazeres".
Durante cada emissão de Lost  nesta temporada, cerca de 27.000 posts sobre a série corriam pelo  Twitter, segundo a Wiredset. Superou até mesmo o poderoso American  Idol, que gera uma media de 25.000 posts por episódio. Em  comparação, houve cerca de 310.000 posts sobre o Super Bowl, a final do  campeonato de futebol americano.
Os executivos da ABC dizem que as  redes sociais reforçam o apelo de assistir a um show de horário nobre  como Lost, enquanto ele é transmitido, mesmo numa época em que a  maioria da programação pode ser fornecida sob demanda. "As pessoas  ainda gostam de se reunir para assistir alguma coisa e falar sobre isso,  independentemente da plataforma", disse Michael Benson, vice-presidente  executivo de marketing da ABC Entertainment Group.
Nem todos  podem defender-se dos spoilers de Lost. Ryan e  Jennifer Ozawa vivem no Havaí, onde as florestas exuberantes formam o  pano de fundo para muitas das cenas do programa. De lá, eles gravam The  Transmission, um podcast popular sobre a série. Os Ozawa dizem  que, para eles, não há nenhuma zona segura, on-line ou fora da internet.  "Nós vimos Michelle Rodriguez vestida como policial um mês antes de ser  revelado que esta era sua história antecedente", disse Ozawa. O par  difere muito em suas opiniões sobre conhecimento pré-transmissão de  Lost.
"Adoro ver as reações começarem a se propagar por volta  das 15 horas no fuso do Havaí", Ozawa disse. "Mas esse é o ponto em que  minha mulher desliga tudo." Ozawa disse que tinha uma "fome obsessiva e  incontrolável" quando se tratava de saber mais sobre Lost,  tanto que viu parte das filmagens do episódio final. "Mas isso é tudo o  que eu vou dizer, porque tanto quanto qualquer um, sei que Lost  é todo sobre revelação", disse ele. 
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