terça-feira, 12 de julho de 2011

Aeronave DC-3, vôo NC-16002, em 1948
Em 28 de dezembro de 1948, o capitão Robert Lindquist, do vôo NC-16002, pilotava um DC-3 em um vôo comercial de San Juan, em Porto Rico, com destino a Miami, na Flórida. Ele entrou em contato com Miami por rádio quando estava a 80 quilômetros de distância e pediu instruções de pouso. Miami respondeu passando as instruções, mas não houve mais respostas vindas do capitão Lindquist. O avião nunca chegou e nunca mais foi visto. Embora muitos relatórios afirmem que não houve problemas no rádio e que as condições climáticas eram muito boas, o relatório de investigação do acidente, feito pela Civil Aeronautics Board (Comissão de Aeronáutica Civil,) não concordou com essas informações. 

De acordo com o relatório, o avião teve problemas elétricos desde o início e suas baterias precisavam ser recarregadas para que pudesse se comunicar com a torre. Mas, em vez de carregar as baterias antes da decolagem, Lindquist instruiu a equipe de terra a encher a água das baterias e substituí-las no avião. Primeiro, ele havia cancelado o vôo por causa desses problemas com a bateria e recebeu ordens para ficar em San Juan até que pudesse estabelecer contato por rádio com a torre e reconfirmar seu plano de vôo. Mas 11 minutos após a decolagem, ele entrou em contato com a torre para informar que continuaria o curso até Miami. A torre nunca recebeu essa transmissão, mas a CAA Communications em San Juan, sim. Nenhuma tentativa de entrar em contato com o vôo teve sucesso. Na última comunicação por rádio enviada pelo vôo, Lindquist disse que estavam a 80 quilômetros ao Sul de Miami.


O relatório de análise da Civil Aeronautics Board inclui a hipótese de que alguma falha no sistema elétrico fez com que o rádio e a bússola da aeronave parassem de funcionar após a última comunicação. Ela também acredita que devido ao fato do capitão Lindquist não ter se comunicado com a torre, ele não tinha como saber das mudanças no clima. A direção do vento havia mudado, o que teria feito seu avião sair cerca de 80 quilômetros da rota. E como a localização do capitão era estimada baseando-se no seu tempo de vôo, velocidade e condições climáticas, ele poderia ter saído do curso facilmente. Outro ponto que vale a pena ressaltar é que o avião tinha combustível suficiente para sete horas e meia de vôo e já tinha voado por pouco mais de seis horas quando o último contato foi feito, o que poderia ter causado sua queda no Golfo do México depois de ter ficado sem combustível. Não foram encontrados destroços, mas isso é explicado pelo fato de que o avião pode ter caído em uma área muito profunda e as evidências do acidente desapareceram rapidamente. 

O S.S. Marine Sulphur Queen
O S.S. Marine Sulphur Queen era um navio-tanque que rumava para Norfolk, na Virgínia, vindo de Beaumont, no Texas, e carregava 15 mil toneladas de enxofre derretido em tanques aquecidos. Sua última comunicação aconteceu em 3 de fevereiro de 1963, quando o capitão enviou um relatório de rotina por rádio informando sua posição. Essa mensagem dizia que eles estavam próximos de Key West, no Estreito da Flórida, mas eles nunca chegaram à Virgínia. 

Três dias após o relatório indicando a posição, as equipes de busca da guarda costeira encontraram um único colete salva-vidas flutuando 64 km a sudoeste da última posição conhecida do navio. É muito provável que um vazamento de enxofre tenha causado uma explosão. E o gás de enxofre poderia ter envenenado a tripulação e impedido que eles enviassem um sinal de alerta. Os tripulantes de um barco de bananas hondurenho relataram à guarda costeira que seu navio de carga entrou em uma área com um odor forte e ácido a 24 km do Cabo San Antonia, na extremidade Oeste de Cuba, pouco antes do amanhecer de 3 de fevereiro.

Destroços do S.S. Marine Sulphur Queen
Imagem cedida Waypoint U.S. Coast Guard Digital Archive
 Destroços do S.S. Marine Sulpher Queen
A área era conhecida por ser infestada por tubarões e barracudas, o que explicaria o fato dos corpos nunca terem sido encontrados. O U.S. Coast Guard History Archive (Arquivo histórico da guarda costeira americana) tem a seguinte lista dos itens encontrados que estavam no Sulphur Queen: dois pedaços de madeira com o nome do navio, oito coletes salva-vidas (alguns com rasgos que acreditam ter sido causados por dentes de tubarões), cinco bóias, uma camisa, um pedaço de remo, uma lata de óleo, uma lata de gasolina, uma bóia em forma de cone e uma sirene de neblina. 

440º Esquadrão de Milwaukee, Avião 680, em 1965
Em uma noite clara de 1965, uma experiente tripulação de vôo que pertencia a 440º Esquadrão do comando da reserva da aeronáutica dos EUA voavam de Milwaukee, usando uma rota muito percorrida, em direção à ilha de Grand Turk, nas Bahamas. Eles pousaram conforme o cronograma na base aérea de Homestead, na Flórida, às 17h04 e permaneceram duas horas e 43 minutos no solo. A seguir, decolaram às 19h47 rumando para o Sul em direção às Bahamas, mas nunca atingiram seu destino.

Uma aeronave Fairchild C-119 Flying Boxcar
Imagem cedida Air Force Reserve Command
 O 440º Esquadrão voava no Fairchild C-119 "Flying Boxcar", que recebeu esse nome por causa de seu grande compartimento de carga
Não havia nenhuma indicação de problemas e todas as comunicações de rádio aconteciam normalmente. Quando eles não pousaram, os controladores de vôo tentaram contatar o Avião 680, mas não obtiveram resposta. Somente uns poucos destroços foram encontrados e eles poderiam ter sido jogados para fora do avião de carga intencionalmente. E o estranho é que entre a tripulação havia uma equipe de manutenção experiente, o que significa que se houvesse algum problema mecânico no vôo, haveria muitas pessoas para resolvê-lo. Não houve explicação para o desaparecimento do Avião 680. 

Casos recentes

Nos dias de hoje, em que a orientação por GPS é muito utilizada, é difícil imaginar que um navio ou avião possam realmente desaparecer. Mas isso não quer dizer que não houve alguns desaparecimentos recentes atribuídos ao Triângulo das Bermudas:
  • DC-3 N407D, sumiu em 21 de setembro de 1978
  • Fighting Tiger 524, sumiu em 22 de fevereiro de 1978
  • Beechcraft N9027Q, desaparecido em 11 de fevereiro de 1980
  • Ercoupe N3808H, sumiu em 28 de junho de 1980
  • Beech Bonanza, sumiu em 5 de janeiro de 1981
  • Piper Cherokee N3527E, desaparecido em 26 de março de 1986
  • Grumman Cougar Jet, último contato realizado em 31 de outubro de 1991
  • o barco a motor Jamanic K, desaparecido quando ia de Cape Haitian para Miami, em 20 de março de 1995
  • o barco a motor Genesis, que sumiu no caminho de Port of Spain, em Trinidad, para St. Vincent, em 21 de abril de 1999
  • Cessna 210, desapareceu do radar quando ia de Freeport a Nassau, em 14 de junho de 1999

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