Acredite ou não, Murphy existiu e morou nos Estados Unidos até sua morte em 1990. O capitão Edward A. Murphy Jr. era engenheiro da Força Aérea. Apesar de ter participado de outros testes de design de engenharia nas suas carreiras civil e militar, foi um teste do qual ele participou - quase por acaso - que deu origem à Lei de Murphy.
Imagem cedida por Base da Força aérea de Edwards Coronel John Paul Stapp a bordo do foguete-trenó |
Em 1949, na Base da Força Aérea de Edwards na
Califórnia, oficiais conduziam os testes do projeto MX981 para
determinar de uma vez por todas quantos Gs (a força da gravidade) um ser humano poderia suportar. Eles acreditavam que suas descobertas poderiam ser aplicadas a futuros designs de aviões.
A equipe usou um trenó foguete chamado "Gee Whiz" para simular a força de uma colisão
aérea. O trenó andou a mais de 320 km/h em um trilho de 800 metros,
chegando a uma brusca parada em menos de um segundo. O problema era que,
para descobrir quanta força uma pessoa aguentaria, a equipe precisava
de uma pessoa de verdade para fazer o experimento. É aí que entra o
coronel John Paul Stapp. Stapp foi um físico de carreira da Força Aérea e
se ofereceu para dar uma volta no trenó-foguete. Durante vários meses,
Stapp andou várias vezes no aparelho e cada volta era uma tortura
física. Ele acabou com ossos quebrados, concussões e vasos sanguíneos rompidos nos olhos, tudo em nome da ciência [fonte: Spark (em inglês)].
Murphy frequentou um desses testes, levando um
presente: um conjunto de sensores que poderiam ser presos às cintas que
prendiam Stapp ao trenó-foguete. Os sensores eram capazes de medir a
quantidade exata de força G aplicada quando o trenó-foguete fazia a
parada súbita, tornando os dados mais confiáveis.
Há várias histórias sobre o que aconteceu naquele
dia e sobre quem contribuiu com o quê para a criação da Lei de Murphy,
mas o que segue está bem próximo do que aconteceu realmente.
O primeiro teste depois que Murphy prendeu seus
sensores nas cintas produziu uma leitura igual a zero - todos os
sensores haviam sido conectados de forma incorreta. Para cada sensor,
havia duas maneiras de fazer a conexão e cada um deles foi instalado de
maneira incorreta.
Quando Murphy descobriu o erro, resmungou alguma
coisa sobre o técnico, que foi supostamente responsabilizado pelo
estrago. Murphy disse algo como "se há duas formas de fazer alguma coisa
e uma delas vai resultar em um desastre, é assim que ele vai fazer"
[fonte: Pesquisas Improváveis (em inglês)].
Pouco tempo depois, Murphy voltou para o Aeroporto
Wright, sua base. Mas Stapp, conhecido por seu senso de humor e
perspicácia, reconheceu a universalidade do que Murphy havia dito e em
uma coletiva de imprensa disse que a segurança da equipe do trenó
foguete deveu-se à Lei de Murphy. Ele disse à imprensa que a Lei
significava que "Tudo que pode dar errado dá errado" [fonte: The Jargon File (em inglês)].
Bastou isso. A Lei de Murphy começou a aparecer em
publicações aeroespaciais e, logo depois, caiu na cultura popular tendo
inclusive sido transformada em livro nos anos 70.
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