Enquanto a maioria de nós gosta da Lei de Murphy
pela capacidade de explicar nosso senso de impotência em certos casos,
outros enxergam a lei como uma ferramenta. Pelo menos uma pessoa a vê
como uma equação matemática que pode prever as chances de processos
darem errado. Joel Pel, engenheiro biológico da University of British Columbia (em inglês), criou uma fórmula que prevê a ocorrência da Lei de Murphy.
A fórmula usa uma constante igual a um, um fator
inconstante e algumas variáveis. Nesta fórmula, Pel usa a importância do
evento (I), a complexidade do sistema envolvido (C), a urgência da
necessidade de o sistema funcionar (U) e a frequência com que o sistema é
usado (F).
Em um ensaio escrito para a revista Science
Creative Quarterly, Pel usa o exemplo de prever a ocorrência da Lei de
Murphy quando um motorista precisa dirigir seu Toyota Tercel (em inglês) em um trajeto de aproximadamente 100 km até sua casa debaixo de uma tempestade sem que a embreagem
quebre. Usando a Equação de Murphy, Pel chegou a uma resposta igual a
1, o que significa que a embreagem do Tercel com certeza vai quebrar em
uma tempestade. Apesar de todos que conhecem um Tercel esperarem que
isso aconteça, é um certo consolo saber que isso pode ser previsto
matematicamente [fonte: Science Creative Quarterly (em inglês)].
A Lei de Murphy lembra aos engenheiros, programadores de computador
(em inglês) e cientistas uma verdade muito simples: sistemas falham. Em
alguns casos, a falha de um sistema significa que o experimento deve
ser repetido. Em outros casos, o resultado de uma falha pode custar
muito mais caro.
A NASA
sabe disso. A agência espacial já teve inúmeras falhas e, apesar de o
número ser proporcionalmente pequeno em relação ao seu sucesso, as
falhas geralmente custam muito caro. Ironicamente, no caso de uma nave
não tripulada em órbita, um conjunto de sensores tinha duas maneiras de
ser conectado e - exatamente como aconteceu no teste Gee Whiz de Murphy -
todos os sensores foram conectados de maneira incorreta. Quando os
sensores não funcionaram como havia sido projetado, os pára-quedas, cujo
propósito era diminuir a velocidade da nave não abriram, e a nave se
estraçalhou no meio do deserto [fonte: MSNBC (em inglês)].
São exemplos como esse, junto com a consciência da Lei de Murphy, que levaram designers a instalar dispositivos de segurança.
Há vários exemplos desses equipamentos à nossa volta. Alguns são
sistemas que usam escolhas limitadas para reduzir erros, como pinos de
tamanhos diferentes em um plugue elétrico. Outros são mecanismos que
evitam que as coisas passem de ruim para pior em caso de falha, como as
máquinas de cortar grama que têm alavancas que precisam ser pressionadas
para a máquina funcionar. Se a pessoa que opera a máquina soltar a
alavanca, o cortador pára de funcionar.
Dispositivos de segurança também são conhecidos
como "à prova de idiotas". Mas a Lei de Murphy tende a entrar em ação,
mesmo quando todo cuidado foi tomado para garantir que falhas ou
catástrofes não aconteçam. Isso nos leva à última lei relacionada à Lei
de Murphy que mencionaremos: a Lei de Grave, que diz que "se você faz
algo à prova de idiotas, o mundo criará um idiota melhor".
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