sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A ansiedade é contagiosa?

A ansiedade, ou a reação a um potencial perigo, é a resposta que difere um animal do outro ou um ser humano do outro – pelo menos era assim que os cientistas pensavam até então. Pesquisas recentes realizadas pela Universidade de Tel Aviv estão questionando o que sabemos sobre esse tipo de stress e os resultados desses estudos implicarão em mudanças na maneira como as vítimas de terrorismo ou desastres naturais são tratadas. 

O professor David Eilam e o estudante do Departamento de Zoologia da Universidade de Tel Aviv, Rony Izhar, lideraram um estudo que investigou a ansiedade vivida por um determinado grupo social. Para tanto eles usaram a relação natural entre predador e presa, neste caso em específico a ratazana e a coruja. Os resultados, publicados nos jornais Behavioural Brain Research e Neuroscience and Biobehavioral Reviews, mostraram que embora o nível de ansiedade possa ser diferente entre os indivíduos em circunstâncias normais, supreendentemente o nível se mantém igual entre indivíduos pertencentes ao mesmo grupo e expostos a uma ameaça comum. 

O professor diz que isso explica o comportamento humano em resposta a situações de trauma e terror como o ataque terrorista de 11 de setembro em Nova York, ou desastres naturais como o recente terremoto ocorrido no Haiti e no Chile. 

Para chegar à esta conclusão, os pesquisadores mediram os níveis de ansiedade em três grupos de dez ratazanas cada. Eles colocaram as ratazanas em um ambiente pacífico e mediram a quantidade de tempo que cada ratazana passou em uma área aberta e depois em área coberta. Quanto mais tempo a ratazana passou em áreas cobertas, maior o nível de ansiedade, embora isso tenha variado entre ratazanas.

Depois os pesquisadores expuseram as ratazanas a um perigo em comum colocando-as dentro de uma gaiola e colocando a gaiola dentro de uma caixa de coruja. Os pesquisadores ainda atraíram as corujas colocando pedaços de carne em cima da gaiola. Depois de uma noite expostas ao predador natural,  foram testados novamente os níveis de ansiedade das ratazanas. E então os pesquisadores chegaram à conclusão de que o nível de stress nesses animais era exatamente o mesmo. “Não se trata de ter mais ou menos medo”, disse o professor Eilam. “Sob ameaça, membros de um grupo social adotam um comportamento comum, independente de suas tendências individuais à ansiedade”.

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