Quanto mais alguém mergulha no estudo dos assassinatos do Estripador, mais fácil se torna imaginá-los com os olhos de Jack. O que ele sentia horas antes de matar, enquanto procurava as suas vítimas? Talvez ele brincasse com as mulheres, pagando-lhes bebidas em pubs e depois as encontrava novamente mais tarde na mesma noite. Talvez ficasse fascinado com o poder, acreditando que tinha em suas mãos o destino de cada uma dessas mulheres.
Nunca saberemos realmente o que se passava na cabeça do assassino, porém, existem algumas suposições seguras sobre o Estripador e sobre sua personalidade que a criminologia - tanto a contemporânea quanto a atual - nos oferece.
Com o prosseguir das matanças, o modus operandi (M.O.) de Jack - o método que ele usava em cada assassinato - ficou claro. Ele atacava apenas nas primeiras horas da manhã e somente aos fins de semana. Esses fatos são reveladores. Sugerem que o Estripador era solteiro, uma vez que era capaz de sair a altas horas sem levantar suspeitas. Em segundo lugar, eles apontam para a idéia de que Jack provavelmente tinha um emprego fixo durante a semana, o que explicaria a sua inatividade de segunda a quinta-feira [fonte: Bardsley].
A forma que ele assassinava suas vítimas também continha pistas. Todas as mulheres, exceto uma, foram mortas por estrangulamento. Uma vez que a vítima era colocada cuidadosamente sobre o chão, o Estripador cortava sua garganta, o que esgotava seu sangue antes que ele começasse o ritual de evisceração. A maior parte da remoção de órgãos ocorria de forma limpa. No caso de Eddowes, o Estripador removeu o rim esquerdo pela frente e não pelas costas ou pela lateral [fonte: Barbee (em inglês)]. Em conjunto, as eviscerações e remoções de órgãos sugerem que o Estripador era uma pessoa com algum tipo de conhecimento em anatomia ou em cirurgias. Os ferimentos à faca também indicam que ele era destro [fonte: Bardsley (em inglês)].
Com base nas descrições de testemunhas históricas, investigadores modernos na Scotland Yard compilaram uma descrição física do assassino em 2006. Ele era um homem com idade entre 25 e 35 anos, de altura mediana e constituição robusta. Os investigadores também concluíram que Jack era um morador de Whitechapel e, o mais surpreendente, que ele deveria ser "assustadoramente normal", não levantando suspeitas nas pessoas com quem convivia [fonte: BBC (em inglês)].
Em 1988, o FBI criou um perfil psicológico de Jack, o Estripador. O agente especial John Douglas concluiu que o Estripador era um assassino oportunista: ele escolhia prostitutas alcoólatras porque elas eram alvos fáceis. O agente também acreditava que o Estripador havia cometido outros crimes que nunca foram atribuídos a ele. Jack era um assassino de desejo, o que significa que o foco de suas mutilações rituais era a genitália feminina. Isso não quer dizer que os assassinatos eram sexuais; não há evidências de que o Estripador tenha se envolvido sexualmente com suas vítimas antes ou depois de seus assassinatos (embora os agentes acreditem que Jack fosse cliente de prostitutas). Em vez disso, as mutilações sugerem que ele estava executando fantasias violentas direcionadas à sua mãe, provavelmente a responsável pela imagem que Jack possuía das mulheres, uma imagem que ele passou a desprezar. Ela pode ter sido uma alcoólatra - e até mesmo uma prostituta [fonte: FBI].
A investigação moderna nos forneceu uma imagem mais clara de Jack, o Estripador. Mas esse não era o caso em 1888. Descubra mais sobre o clima criado pelo assassino que assombrou Londres (em inglês).
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