Gustave Doré / Domínio público A Destruição de Leviatã |
Uma criatura marinha monstruosa criada por Deus no quinto dia da Criação, tão grande e tão assustadora que, quando se levanta, tremem as ondas do mar e as vagas do mar se afastam; sua boca, quando aberta, mostra dentes terríveis, e o corpo é coberto por escamas sobrepostas impenetráveis ("nem o ar lá penetra: nada ultrapassa aquela barreira"); os olhos brilham como faíscas e sai-lhe fogo da boca; sua força está concentrada no pescoço; e o coração é duro como uma rocha. Assim é o Leviatã, monstro marinho que povoa o imaginário humano, desde que ele foi descrito na Bíblia Sagrada (livro de Jó, no Antigo Testamento) e na Tanach, a Bíblia judaica.
Segundo referências do Antigo Testamento, Deus teria criado um casal dessas criaturas, mas ao perceber que eles poderiam destruir o mundo caso viessem a se reproduzir, acabou matando a fêmea e deixando somente o macho. Enfurecido e solitário, o macho chamado leviatã passou a descontar sua fúria em marinheiros desavisados que, em vão, tentavam matá-lo.
Histórias envolvendo o monstro acabaram surgindo. Nas lendas judaicas, o Leviatã é uma serpente marinha tão grande que é capaz de dar a volta ao mundo e colocar o rabo na própria boca. Criaturas semelhantes aparecem no bestiário de outros povos. Na mitologia grega, o leviatã é o ouroboros, serpente ou dragão que come o próprio rabo e representa o eterno retorno. Na mitologia nórdica, ele é a Serpente de Midgard, ou Serpente do Mundo, filha do perverso deus Loki que sucumbiu ao martelo de Thor na batalha de Ragnarök, o Crepúsculo dos Deuses.
Na literatura cristã, leviatã é um dos guardiões dos portões do inferno, por isso sua imagem está associada à de satã.
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