sábado, 20 de agosto de 2011

Vampiro

Bela Lugosi imortalizou a aparência e a sensualidade do vampiro que conhecemos
Reprodução
Bela Lugosi imortalizou a aparência e a sensualidade do vampiro que conhecemos
O romancista irlandês Bram Stoker deu-lhe o nome e criou um padrão: Conde Drácula, imortal, bebedor de sangue humano, transmorfo. O ator Bela Lugosi imortalizou sua aparência e sua sensualidade: gel no cabelo, traje preto formal e capa preta, sofisticação e caninos afiados. A escritora Anne Rice, conferiu-lhe consciência e uma gama de emoções: remorso, desejo de morrer, questionamento sobre a necessidade de sangue humano. Buffy explorou a ideia de que ele possui alma: se tem alma, pode amar e, consequentemente, ser salvo. Angel, a de que ele não é inteiramente mau. Stephanie Meyer determinou que ele é capaz de amar intensa e eternamente: a um igual ou a um ser humano normal e mortal. 

Os vampiros da era moderna, dráculas cuja vida é retratada em livros, filmes e programas de tevê e que aprendemos a amar e a odiar, derivam de figuras mitológicas presentes em várias culturas há milhares de anos.

Na mitologia moderna, os vampiros são mortos-vivos condenados à imortalidade, que se alimentam somente de sangue humano, dormem em caixões, perdem os poderes à luz do sol, são repelidos por crucifixos, se transformam em animais - um lobo ou um morcego - e não são refletidos em espelhos. Eles são inteligentes e extremamente sensuais, e seduzem suas vítimas antes de cravar-lhes os dentes pontiagudos no pescoço. A única forma de matá-los é enfiando-lhes uma estaca de madeira no coração. Mas os primeiros vampiros de que se tem notícia são bem diferentes do vampiro criado por Bram Stoker em 1897 e que moldou todos os demais dali para frente. No primeiro registro conhecido, de 4.000 anos atrás, na antiga Mesopotâmia, o vampiro era uma demônio chamada Lamatsu. Ela matava criancinhas, mas bebia o sangue de jovens adultos. Tinha asas, garras de pássaro e cabeça de leão. Na mitologia judaica, o vampiro é Lilith, companheira de Adão que se revoltou contra Deus por matar-lhe os filhos e decidiu destruir crianças humanas. Os antigos gregos temiam Lamia, uma mulher metade humana, metade cobra que sugava o sangue de crianças não batizadas para vingar-se de Hera, mulher de Zeus, seu amante.

No folclore celta, baobhan sith seduzia os pastores no campo e os devorava. Mas parece que foi de uma figura do folclore asiático que o vampiro moderno ganhou a característica de morto-vivo bebedor de sangue humano. Na mitologia chinesa, quando o espirito inferior de uma pessoa não passava para o pós-vida no momento de sua morte, o cadáver saía do túmulo e atacava os vivos à noite. Um desses espíritos, Chiang-shi, voava e assumia formas diversas, mordendo suas vítimas com presas afiadas. As tribos nômades e os caixeiros viajantes espalharam diversas lendas sobre vampiros por toda a Ásia, Europa e Oriente Médio. Conforme essas histórias iam de um lugar a outro, os seus vários elementos se combinavam para formar novos mitos sobre vampiros. 

Nos últimos mil anos as lendas sobre vampiros foram enriquecidas especialmente pelos europeus. Nos séculos 15 e 16, a Europa viveu uma febre de casos fantásticos envolvendo os upyr russos, os strigoi da Moldávia, Wallachia e Transilvânia e os vampyr de outros países do leste europeu. Pessoas diziam ter visto parentes mortos atacando os vivos, e espalharam um medo que levou a violações de sepulturas e a estacas enterradas no coração dos supostos mortos-vivos. Tudo isso rendeu teses acadêmicas e, claro, muitas outras histórias de ficção, inclusive a do Drácula de Bram Stoker, que se inspirou num personagem real, o príncipe Vladislav Basarab para compor o terrível vampiro Vlad Dracul, o Empalador.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 
Site Meter