quinta-feira, 15 de abril de 2010

Cavaleiros do Bem? Ou não...


Cátaros
Cavaleiros de Malta

CRUZADAS
Nunca é fácil entender os verdadeiros motivos de determinado evento histórico sem levar em conta o que pensavam, como agiam e em que acreditavam os povos da época. Mas no caso da primeira cruzada, as razões são conhecidas. O Império Romano do Oriente já não tinha forças para manter o controle político e militar dos seus territórios, deixando tradicionais rotas de comércio sem proteção. O caminho até a Palestina, que também era uma rota de peregrinação, ficava cada vez mais perigoso sem a presença dos bizantinos. Em 1078, colapso total: os turcos otomanos tomaram Jerusalém e fecharam a igreja do Santo Sepulcro.

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O pedido de socorro feito pelo imperador Alex Comneno ao Ocidente chegou na hora certa. O papa Urbano II estava de saco cheio de ver senhores feudais se matando por motivos fúteis. Ele precisava de uma causa comum para unir aqueles bárbaros beligerantes, e uma peregrinação armada à Terra Santa pareceu uma excelente idéia.

O papa pregou a cruzada na cidade francesa de Clermont, em 1095. A alta nobreza não se sensibilizou muito com a sorte dos cristãos de Jerusalém, mas a pregação teve um insuspeito apoio popular. Nobres menores, sem direito á sucessão ou à propriedade, viram no movimento uma oportunidade para subir na vida. E um pregador popular fanático e maluco conhecido como Pedro, o Eremita, se encarregou de incendiar a imaginação popular contra os sarracenos.

A primeira cruzada era composta por um bando de pobres maltrapilhos e cavaleiros desorganizados, como é contado no divertido A Viagem Prodigiosa (Objetiva, 1995). Jerusalém foi tomada quase por acaso em julho de 1099. Depois de matar todos os sarracenos, judeus e cristãos ortodoxos que estavam na cidade, numa das maiores carnificinas da história das religiões, os conquistadores resolveram eleger um rei. Muitos dos nobres envolvidos na cruzada queriam apenas voltar para casa com o saque acumulado e, portanto, não havia muitos candidatos ao posto. O escolhido foi Godofredo de Bouillon, o alto e bonitão duque de Lorena, espécie de Richard Gere das cruzadas. Godofredo, como um bom herói romântico, recusou ser chamado de rei e adotou o título de Defensor do Santo Sepulcro.

Isso é o que diz a história oficial. Os autores de O Santo Graal e a Linhagem Sagrada (Nova Fronteira, 1993) dizem outra coisa. Segundo eles, a primeira cruzada não foi realizada para libertar a Cidade Santa. Em vez de uma marcha fanática e pouco planejada, ela teria sido cuidadosamente calculada pela poderosa organização secreta PRIORATO DE SIÃO. O objetivo era fazer de Godofredo de Bouillon o rei de Jerusalém, pois ele era um descendente da DINASTIA MEROVÍNGIA e, portanto, da linhagem sagrada de Jesus Cristo, um herdeiro da Casa Real do Rei Davi.
Além da coroação de Godofredo, o Priorato - ou seu braço armado, os cavaleiros TEMPLÁRIOS - pretendiam realizar escavações nas ruínas do templo de Salomão, onde esperavam encontrar certos tesouros perdidos. Um desses itens seria a lendária Arca da Aliança, supostamente encontrada e levada para a Europa.


CÁTAROS
O nome "cátaro" deriva da palavra grega "kátharos", que significa "puro". A seita dos cátaros ou albigenses (da cidade francesa de Albi) foi uma das grandes heresias medievais que desafiaram o poder da Igreja Católica. Nos séculos 12 e 13, os cátaros ocupavam todo o sul da França e norte da Itália. Em 1149 eles tinham tanto poder que nomearam um patriarca próprio, rompendo relações com o Papa.
O catarismo era maniqueísta e pregava que dois poderes opostos dominavam o universo. O mundo material e temporal não foi criado por Deus, mas por Satã. Jesus Cristo, segundo os cátaros, não era o filho de Deus, mas um profeta iluminado que veio ao mundo para explicar que o Jeová do Velho Testamento é, na verdade, o demônio.
Enfurecido com essas pregações - e principalmente com a queda brutal dos impostos eclesiásticos - o Papa Inocêncio III decretou uma guerra religiosa contra os cátaros em 1209, que passaria para a história como a Cruzada Albigense. A cruzada durou até 1244, quando Montsegur, última fortaleza cátara, foi tomada. Mais de 20 mil pessoas foram mortas e aproximadamente 700 líderes religiosos acabaram queimados vivos pela Inquisição.
Matanças em nome de Deus são comuns nesse nosso mundinho imundo, mas a Cruzada Albigense é curiosa por dois motivos. O primeiro é que a Ordem dos Cavaleiros TEMPLÁRIOS, que era, em tese, o braço armado do papado, se recusou a lutar, argumentando que o Islã era o verdadeiro inimigo da cristandade. O segundo motivo é a idéia defendida por alguns escritores sensacionalistas de que os cátaros guardavam um tesouro fabuloso e que a sua posse teria sido o verdadeiro motivo da guerra. A lenda diz que quando Montsegur foi cercada, três homens fugiram da cidade levando o tal tesouro. Mas o que poderia ser carregado por apenas três homens? Segundo alguns conspirólogos. tratava-se do SANTO GRAAL, cuja existência abalaria o poder da Igreja de Roma

CAVALEIROS DE MALTA
Com a conquista de Jerusalém pelos francos em 1099, duas ordens militares foram fundadas para proteger os peregrinos no caminho da Terra Santa. Uma delas foi a Ordem dos Cavaleiros TEMPLÁRIOS. A outra foi a Ordem dos Cavaleiros do Hospital de São João ou Ordem dos Hospitalários. Enquanto os Templários usavam como sede as ruínas do antigo Templo de Salomão, os Hospitalários se alojavam perto da Igreja do Santo Sepulcro. Na Cruzada Albigense (1209-1244), os Hospitalários se alinharam com o VATICANO contra os CÁTAROS, enquanto os Templários ficaram neutros ou apoiaram discretamente os hereges. Em 1314, a Ordem do Templo entrou em confronto com a Igreja e acabou condenada por heresia. Os Hospitalários herdaram várias propriedades da ordem rival e estreitaram ainda mais seus laços com o papado. Em 1530, o imperador Carlos V doou aos Hospitalários a ilha de Malta (que acabaria sendo tomada por Napoleão Bonaparte no século 18). Desde a doação, a organização passou a ser conhecida como Ordem dos Cavaleiros de Malta.

Vários notórios vilões da política mundial eram supostamente Cavaleiros de Malta: Reinhard Gehlen (chefe da Inteligência nazista e agente da CIA na Guerra Fria); Alexander Haig (o homem que definiu a política exterior americana nos governos Nixon e Reagan); Licio Gelli, Roberto Calvi e Michele Sindona (que se envolveram no escândalo do Banco do Vaticano nos anos 1980); William Casey (chefe da CIA durante o escândalo Irã-Contras) e Otto Von Hapsburgo (suposto descendente da DINASTIA MEROVÍNGIA), entre outros. A Ordem também é acusada de envolvimento no hipotético assassinato do Papa JOÃO PAULO I, em 1978. Segundo alguns conspirólogos, o verdadeiro objetivo da MAÇONARIA é combater a influência perniciosa dos Cavaleiros de Malta

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