quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Em busca da Arca da Aliança

A Arca da Aliança não teria sido somente um abrigo para as placas de pedra com os Dez Mandamentos dados por Deus a Moisés (ou escritos por este). Ela era também uma arma de guerra para os hebreus. Os relatos bíblicos mostram que quem a tocasse morreria imediatamente e que ela foi usada para derrubar as muralhas da cidade de Jericó. Os hebreus carregaram a Arca da Aliança durante quase quatro décadas de travessia do deserto até Canaã.

Arca da Aliança retratada em vitral na Catedral de Notre Dame, em Paris
© iStockphoto.com /Arssecreta
Arca da Aliança retratada em vitral na Catedral de Notre Dame, em Paris

Quando chegaram lá, Moisés tinha cumprido sua missão e morreu, segundo as contas da época, aos 120 anos de idade. Mas os hebreus tiveram ainda de lutar para conquistar a Terra Prometida, já que Deus apesar de tê-los mandado para lá ao que tudo indica não avisou os outros habitantes das várias cidades-estados que ali existiam que tinha prometido aquelas terras para um único povo eleito. Nessas batalhas, a Arca funcionou também como um estandarte de luta para os hebreus na conquista de Canaã.

O problema é que um estandarte também pode ser capturado e foi isso que aconteceu quando os filisteus souberam dos supostos poderes mágicos da Arca. Mas, ao que parece, isso lhes causou mais problemas do que soluções. Para onde era levada, a Arca provocava surtos de doenças e destruição, o que fez os filisteus a devolverem para os hebreus pouco tempo depois.

Após expulsarem os outros povos e conquistarem Canaã, por volta do século 10 antes de Cristo os hebreus tiveram um rei chamado Davi que imaginou um templo para abrigar a Arca. Seu filho e sucessor, o rei Salomão, encarregou-se de construí-lo. Concluído provavelmente no ano 965 antes de Cristo, o Templo de Jerusalém ou Templo do Rei Salomão teria um lugar denominado Sagrado dos Sagrados que abrigaria a Arca. Ela poderia ser vista apenas por sacerdotes e profetas e, segundo alguns relatos, apenas uma vez no ano, no Dia do Perdão (Yom Kippur).

No século 6 antes de Cristo, os babilônios liderados pelo rei Nabucodonosor 2.° invadiram Jerusalém e destruíram o Templo. Desde então não se teve mais notícias sobre a Arca da Aliança. Alguns relatos contam que diante da iminência da invasão, o profeta Jeremias teria tirado a Arca do Templo e a escondido em uma caverna no monte Nebo, próximo ao Mar Morto e de onde Moisés teria sido enterrado. O local que fica atualmente na Jordânia foi investigado exaustivamente por arqueólogos, mas nada foi encontrado.

A possibilidade da Arca ter sido levada pelos babilônios durante a destruição do Templo é pouco provável, segundo os historiadores, devido a sistemática catalogação que eles faziam dos objetos que levavam e nela não aparecer nada referente à Arca. Mas uma outra possibilidade é de que nessa invasão ela tenha sido destruída. Isso seria coerente com a afirmação do profeta Jeremias de que a Arca foi para o monte Nebo, uma expressão da época para dizer que ela "já era".

Outra versão diz que bem antes da invasão dos babilônios a Arca teria sido colocada em um esconderijo sob o Templo do Rei Salomão. O problema é que esse local seria onde está atualmente o Domo da Rocha, um lugar sagrado para cristãos, muçulmanos e judeus, e as escavações arqueológicas ali não conseguem avançar devido aos protestos religiosos que provocam.
 


Conexão etíope

Uma das teorias sobre o destino da Arca da Aliança defende que séculos antes de Jerusalém ser invadida e saqueada pelos babilônios, ela teria sido levada para a Etiópia. Mais precisamente para a cidade de Aksum e estaria guardada atualmente numa igreja chamada Santa Maria de Sião. Um guardião da Arca seria o único homem que teria acesso a ela, e os monges não permitem que pesquisadores verifiquem a sua autenticidade. A Arca teria chegado até lá por volta de 950 antes de Cristo levada por um rapaz chamado Melenik, que teria sido o filho do rei Salomão com a rainha de Sabá.
 

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