Não existe seita sem um líder poderoso e carismático. Um líder carismático  possui a estranha habilidade de fazer as pessoas o seguirem sem  questionamentos. 
A frase "culto de personalidade" se refere a este tipo  de dinâmica de grupo. Os membros da seita são devotos do líder, não de  suas idéias. Ele tem total controle sobre seus seguidores, ninguém  questiona suas decisões e ele não tem responsabilidade por nenhuma  pessoa do grupo. 
Uma seita pode ter mais de um líder, mas isso é  incomum. A maioria das seitas religiosas exige devoção absoluta a uma  única pessoa que é considerada o Deus, ou conectada diretamente a Ele (o  Messias), a um profeta ou a algum outro de posição sagrada. Este é um  componente importantíssimo para manter a devoção absoluta: para os  membros de uma seita, apenas essa pessoa pode levá-los à salvação. Sem  ela, eles passarão a eternidade no inferno. 
![]() Cedido por Getty Images; Nine Network Austrália David Koresh  | 
Como  uma pessoa consegue uma posição como esta? Uma cena comum é um pregador  ou membro de igreja que tenha sido expulso de lá por pregar idéias  extremas ou não convencionais ou por mostrar sinais de desonestidade ou  instabilidade. Quando ele vai embora, seus seguidores vão junto, ou ele  se junta a uma seita já existente e acaba fazendo de tudo para ter  controle. David Koresh, líder da seita dos Davidianos, que foi  cercada e destruída pelo governo americano em 1993, pregava em uma  igreja cristã antes de ter sido expulso por "influenciar negativamente"  alguns membros mais jovens da igreja. O reverendo James (Jim) Warren Jones,  que deu ordens a centenas de membros do Templo do Povo para que  bebessem um ponche envenenado em Jonestown, Guiana, em 1978, havia sido  ordenado como pastor de uma igreja cristã comum. 
Mas nem todos  começam em uma religião normal. Alguns líderes são simplesmente  indivíduos anti-sociais e destrutivos que pensam ter um talento especial  para manipular as pessoas. Charles Manson se encaixa nesta categoria.
![]() Foto cedida por Getty Images; Fotos International Charles Manson (de braço erguido) rodeado por sua "família" no início dos anos 70  | 
Manson era o carismático líder de uma seita do dia do juízo final  (que a mídia apelidava de "A Família") com mais de cem membros, próxima  a Los Angeles, Califórnia. Ele passou quase toda a juventude nas ruas  ou na prisão. Em uma instituição, Manson era descrito como um jovem  muito perturbado emocionalmente que precisava de orientação psicológica.  Era também classificado como violento e manipulador. Depois de ter  completado 18 anos, seus crimes passaram de furtos e roubos de carros  para intermediação de prostitutas, estupro e fraude. Em 1967, Manson foi  posto em liberdade condicional e foi para São Francisco, onde virou  hippie e conseguiu vários seguidores, a maioria mulheres jovens  perturbadas e desiludidas com os Estados Unidos. Charlie tornou-se o  guru destas pessoas. Ele pregava que o mundo seria destruído por uma  guerra racial. Negros destruiriam pessoas brancas ricas e ganhariam uma  posição de dominância, mas a estrutura de poder dos negros iria por água  abaixo devido à inexperiência. Depois, a Família Manson apareceria para  dominar o mundo. 
![]() Foto cedida por Getty Images Sahm Doherty / Fotos da Time and Life Manson sendo levado de um julgamento em 1969  | 
Manson  referia-se a si mesmo como a reencarnação de Jesus. Seus seguidores o  chamavam de "Deus" ou "Diabo". Manson e os membros de sua seita  assassinaram pessoas brutalmente, cometendo o mais famoso assassinato  coletivo, atirando e esfaqueando sete pessoas em dois dias, inclusive a  atriz Sharon Tate (esposa do diretor Roman Polanski), que na ocasião  estava grávida de oito meses. A maioria dos relatos concluiu que Manson  mandou seus seguidores matarem suas vítimas brutalmente, mas ele mesmo  nunca matou ninguém. Seu poder sobre sua "família" era absoluto.  Enquanto estava sendo julgado por assassinato, um de seus seguidores,  Lynette Fromme, protestou gravando um "X" em sua testa nas escadarias do  palácio da justiça. Mais tarde, Fromme tentou matar o presidente Gerald  Ford, na tentativa de chamar atenção novamente para o caso Manson. 
Em  março de 2006, Charles Manson ainda estava na prisão, e durante o tempo  que esteve preso recebeu milhares de cartas de pessoas que esperam se  tornar membros da Família Manson.   Manson encontrou seus seguidores  entre os drogados, pessoas mentalmente perturbadas e pessoas que eram  contra as instituições americanas nos anos 60, em São Francisco. Mas nem  todos os líderes encontram uma base já pronta de prováveis recrutas. 
A  escolha de pessoas para participarem das seitas é um assunto polêmico,  pois alguns acreditam que esse tipo de seleção tenha acabado desde seu  auge, nos anos 70, e outros que está apenas mais sutil. Seja qual for o  grau do problema, existem pessoas por aí procurando por prováveis  membros para seitas. Na próxima seção, vamos conhecer algumas técnicas  para a escolha e recrutamento dessas pessoas. 
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Ditador
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