A controvérsia sobre os zumbis
À primeira vista, a pesquisa de Davis parece promissora. A tetrodotoxina definitivamente causa paralisia e morte, e os pesquisadores documentaram casos nos quais pessoas tinham acabado de se recuperar de um envenenamento quase fatal por tetrodotoxina. Algumas das amostras que David trouxe para os Estados Unidos também produziram resultados dramáticos quando aplicadas diretamente sobre a pele de ratos e de um macaco reso. Eles ficaram letárgicos e depois imóveis, mas acabaram se recuperando completamente.
Outros pesquisadores questionaram a legitimidade da pesquisa de Davis e os reais componentes das amostras que ele trouxe do Haiti. Os cientistas:
- questionaram a ética de Davis, uma vez que ele assistiu à profanação de túmulos quando estava reunindo os ingredientes do pó;
- questionaram se as experiências iniciais com o pó eram científicas ou controladas e se outras substâncias teriam sido adicionadas ao pó que estava sendo testado;
- alegaram que as amostras do pó tinham pouca ou nenhuma tetrodotoxina. Davis reagiu dizendo que o fato de colocar o pó numa solução para fazer os testes poderia ter destruído os ingredientes ativos;
- revelaram que Davis repetiu suas aplicações locais do pó usando ratos e que não houve efeitos;
- estudaram vários supostos zumbis e descobriram casos claros de doença mental e falsa identidade.
Muitas pessoas vêem o trabalho de Davis como a única explicação possível para o fenômeno dos zumbis haitianos, ao passo que outras o consideram como algo não científico ou até mesmo fraudulento. Reportagens extensas sobre essa controvérsia apareceram em jornais americanos como o "Science" (edição de 15 de abril de 1988) e o "The Lancet" (edição de 11 de outubro de 1997).
Uma criança zumbi solitária (porém letal) na versão original do filme "A noite dos mortos-vivos" |
Os zumbis haitianos serviram de inspiração para filmes, livros e vídeo games. A seguir, veremos como os zumbis são retratados na cultura popular.
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