segunda-feira, 9 de maio de 2011

A controvérsia

A batalha em torno dos exorcismos existe principalmente em duas frentes: os enormes ministérios do "exorcismo por lucro", que se espalharam nas últimas décadas, e o debate "Psicologia x Religião", que se espalhou com o advento da Psiquiatria, em 1800. 

Exorcismo por lucro
Tão logo o dinheiro entrou na questão, os céticos ganharam terreno. O aumento dos "ministérios do exorcismo", que fazem dinheiro ao redor do mundo, guia muita gente que pode reservar julgamento para a total rejeição da validade da visão católica da possessão e exorcismo, mesmo que os exorcismos realizados por exorcistas não-oficiais não estejam ligados de forma alguma à Igreja Católica. 

Nos Estados Unidos, um popular ministro exorcista do Ministério de Bob Larson, televisiona suas conferências semanais. Nesses exorcismos em massa, nos quais grandes grupos podem receber a "taxa família" nos ingressos, o Sr. Larson exorciza os demônios de muitas pesssoas que estão em no auditório. As doações financeiras não são necessárias para os serviços dele, mas são bem-vindas.
Sempre tem gente que quer apontar para o lucro como evidência de um motivo oculto, especialmente quando se mistura lucro com paranomalidade. 

Psicologia x Religião
Onde uma pessoa vê possessão e parte para seu ritual de exorcismo, outros vêem doença mental. Esse é provavelmente o grande debate acerca da prática do exorcismo: pode haver explicações terrenas para o comportamento que a Igreja considera evidência de possessão diabólica. 

Várias desordens psicológicas, incluindo a síndrome de Tourette e a esquizofrenia, podem produzir os tipos de efeitos vistos em pessoas "possuídas". Pessoas com epilepsia podem, de repente, entrar em convulsões durante um ataque; a síndrome de Tourette causa movimentos involuntários e explosões vocais; a esquizofrenia engloba alucinações auditivas e visuais, paranóia, ilusões e, algumas vezes, comportamento violento. Questões psicológicas como auto-estima e narcisismo podem fazer com que uma pessoa aja como uma "pessoa possuída" para chamar atenção. Caso o paciente esteja realmente sofrendo de doença mental, a Igreja o está prejudicando, rotulando a pessoa possuída e evitando que ela procure o tratamento médico necessário. 

O cardeal Jorge Arturo Medina Estevez, apresentando o Novo Ritual para o Exorcismo para a imprensa em 1999, responde assim ao conflito [ref - em inglês]:
    "... o exorcismo é uma coisa e a psicanálise é outra. Se o exorcista tem alguma dúvida sobre a doença mental do possuído, deve consultar um especialista.Geralmente acontece de as pessoas simples confundirem problemas somáticos com influência diabólica, mas nem tudo pode ser atribuído ao demônio".
A questão definitiva permanece: "O exorcismo ajuda ou prejudica as pessoas?". É difícil obter a documentação de alguns resultados dos exorcismos católicos romanos, prejudiciais ou benéficos. Este é o projeto: de acordo com o ritual oficial, os exorcismos são a chave inferior, não necessariamente secreta, mas não realizados em público ou em frente de representantes da imprensa, para que o ritual não se torne um "show". Os resultados não serão publicados, seja o exorcismo um sucesso ou um fracasso. 

Existe, entretanto, uma documentação considerável acerca dos resultados prejudiciais dos exorcismos realizados fora da Igreja Católica. Um incidente muito comentado aconteceu em junho de 2005 em Tanacu, na Romênia. Um padre e algumas freiras em um convento ortodoxo romeno acreditavam que Maricia Irina Cornici, uma freira de 23 anos de idade, que vivia no convento, estava possuída. Então, realizaram um ritual de exorcismo: eles a amarraram em uma cruz, colocaram uma toalha em sua boca e a deixaram sozinha, sem comida e sem água. A intenção era fazer com que o demônio deixasse seu corpo. Cornici morreu depois de três dias. As autoridades acreditavam que a jovem tinha esquizofrenia. Para mais detalhes sobre o caso, acesse UOL Notícias: freira morre crucificada em ritual de exorcismo na Romênia.

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