A lenda de criaturas imortais que deixam seus sepulcros durante a noite na forma de morcegos para sugar o sangue dos humanos se tornou popular durante o século 18 no Reino da Hungria, que incluía a Transilvânia. A narrativa ganharia o mundo no final do século 19 com a versão literária feita pelo irlandês Bram Stoker. Em “Drácula”, Stoker deu formas góticas ao conto folclórico que assombrava a população eslava.
Os eslavos acreditavam que os mortos que não se decompunham na sepultura tornavam-se vampiros. Para evitar que isso acontecesse eram feitos rituais pagãos em que uma estaca era fincada na sepultura de forma a atravessar o coração do morto ou o corpo era exumado e queimado. O folclore da região sobre vampiros se misturou com as narrativas sobre a vida de um personagem histórico para alimentar as lendas.
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No século 15, o príncipe Vlad III Drácula, o Empalador, reinou onde hoje é a Romênia cometendo atrocidades, como tortura, empalar e beber o sangue de seus inimigos. Drácula lutou contra a nobreza e o domínio do Império Otomano na região e por isso tornou-se um herói popular no folclore da Transilvânia. Talvez influenciado pela história do príncipe e muito pelas lendas locais sobre vampiros, Stoker construiu uma narrativa que se tornaria um dos pontos altos do estilo gótico no Romantismo.
Desde então, as histórias sobre vampiros espalharam-se pelo mundo e a lenda continua a ganhar diferentes versões na literatura, nos quadrinhos, no cinema, nas séries televisivas. Mas em todas elas há sempre elementos dos contos populares eslavos, como na forma de se matar um vampiro ou na sua aparência pálida e com dentes protuberantes. Na lenda original, viravam vampiros após a morte os criminosos, hereges e suicidas. Seus pecados em vida os condenavam a serem almas atormentadas pela eternidade.
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