Pesquisas mostraram que ratos com amígdalas danificadas correm na direção de gatos [ref - em inglês]. Isso levou os cientistas a explorarem maneiras de superar o medo.
Extinção do medo
O cientista Mark Barad, da UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles), realizou um experimento no qual ele e sua equipe associaram um som a um choque elétrico. Eles tocavam o som e imediatamente aplicavam um choque ao chão de metal da gaiola das cobaias (ratos). Esse é um tipo clássico de condicionamento e não foi preciso muito tempo para que os ratos começassem a se preparar para o choque assim que ouviam aquele som específico. O que aconteceu foi que, naquele ponto, suas amígdalas já haviam associado o som ao choque, bastando o primeiro para criar uma reação de medo. Depois, os pesquisadores começaram o processo de treinamento para a extinção do medo, no qual reproduziam o som sem aplicar o choque. Após várias vezes ouvindo o som sem o choque, os ratos pararam de sentir medo.
O cientista Mark Barad, da UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles), realizou um experimento no qual ele e sua equipe associaram um som a um choque elétrico. Eles tocavam o som e imediatamente aplicavam um choque ao chão de metal da gaiola das cobaias (ratos). Esse é um tipo clássico de condicionamento e não foi preciso muito tempo para que os ratos começassem a se preparar para o choque assim que ouviam aquele som específico. O que aconteceu foi que, naquele ponto, suas amígdalas já haviam associado o som ao choque, bastando o primeiro para criar uma reação de medo. Depois, os pesquisadores começaram o processo de treinamento para a extinção do medo, no qual reproduziam o som sem aplicar o choque. Após várias vezes ouvindo o som sem o choque, os ratos pararam de sentir medo.
A extinção do medo envolve a criação de uma resposta condicionada que contrapõe a reação condicionada àquele medo. Embora os estudos indiquem a amígdala como a localização das memórias de medo formadas por condicionamento, os cientistas teorizam que as memórias de extinção do medo também se formam na amígdala, mas são posteriormente transferidas para o córtex pré-frontal medial (mPFC), no qual são armazenadas. A nova memória criada pela extinção do medo se estabelece no córtex pré-frontal medial e tenta cancelar a memória de medo iniciada na amígdala.
A maioria das terapias comportamentais para a extinção do medo concentra-se na exposição. Por exemplo, a terapia para uma pessoa com medo de cobras pode incluir visitas a uma fazenda de cobras e percorrer pequenas etapas. Primeiro, a pessoa pode ficar a 3 m da cobra e ver que nada de terrível acontece. Então, essa pessoa pode ficar a 1,5 m e, ao ver que nada de ruim acontece, pode tomar coragem de chegar perto o suficiente para tocá-la. E esse processo continua até que novas memórias de extinção do medo sejam formadas e sirvam para contradizer aquele medo de cobras. O medo ainda existe, mas a idéia é cancelar sua ação com a nova memória.
Assistência química
Os cientistas aprenderam que a inibição de uma proteína chamada de NMDA (N-metil D-asparato) presente na amígdala inibe a extinção do medo. Usando a lógica, então, imaginaram que o estímulo da proteína poderia estimular a extinção do medo. E estudos mostram que o antibiótico D-cicloserina (bem conhecido por sua utilização no tratamento da tuberculose) pode ajudar na extinção do medo ao auxiliar a ação da NMDA [ref - em inglês]. Esse tipo de abordagem poderia ser benéfica quando associada com terapias comportamentais que tentem criar memórias de extinção do medo.
Os cientistas aprenderam que a inibição de uma proteína chamada de NMDA (N-metil D-asparato) presente na amígdala inibe a extinção do medo. Usando a lógica, então, imaginaram que o estímulo da proteína poderia estimular a extinção do medo. E estudos mostram que o antibiótico D-cicloserina (bem conhecido por sua utilização no tratamento da tuberculose) pode ajudar na extinção do medo ao auxiliar a ação da NMDA [ref - em inglês]. Esse tipo de abordagem poderia ser benéfica quando associada com terapias comportamentais que tentem criar memórias de extinção do medo.
Mas a idéia não é substituir a terapia de exposição e sim acelerá-la. Essa hipótese foi testada em um experimento com ratos que haviam sido condicionados a associar uma luz brilhante com um choque nas patas. Quando a luz foi apresentada repetidamente sem o choque, os ratos que haviam recebido a D-cicloserian desaprenderam seu medo muito mais rápido do que aqueles que percorreram o caminho natural. Além disso, o antibiótico também atingiu resultados em um estudo feito com pessoas que tinham medo de altura: após sessões de realidade virtual projetadas para expor os indivíduos a grandes alturas dentro de um ambiente seguro, aqueles que receberam o antibiótico se expuseram a alturas no mundo real com o dobro da freqüência dos participantes que não o receberam.
Esse tipo de pesquisa é muito promissor para pessoas sob o controle das fobias debilitantes e distúrbios de ansiedade. Mas e aqueles de nós que apenas sentem um frio no estômago antes de fazer uma apresentação ou têm dificuldades para chegar perto da sacada do trigésimo andar e apreciar a vista?
Oito dicas práticas
O artigo da revista Prevention intitulado "Do que você tem medo? Oito segredos para fazer o medo sumir" oferece estas dicas para lidar com os medos diários.
O artigo da revista Prevention intitulado "Do que você tem medo? Oito segredos para fazer o medo sumir" oferece estas dicas para lidar com os medos diários.
- Não importa o motivo de você ter medo - saber o motivo de ter desenvolvido um medo específico não ajuda você na hora de superar esse medo e atrasa seu progresso em áreas que realmente vão lhe ajudar a ter menos medo. Relaxe e pare de tentar descobrir o porquê.
- Aprenda sobre aquilo que você teme - a incerteza é um grande componente do medo: desenvolver um entendimento do que você tem medo ajuda bastante a apagá-lo.
- Pratique - se houver algo que você tem medo de tentar porque parece assustador ou difícil, trabalhe em etapas. Criar familiaridade aos poucos torna essa coisa mais fácil de se controlar.
- Descubra alguém que não tem medo - se há algo de que tem medo, encontre alguém que não tenha medo dessa coisa e passe um tempo com essa pessoa, levando-a para lhe acompanhar na hora de enfrentar seu medo. Acredite, vai ficar muito mais fácil.
- Fale sobre seu medo - compartilhar seu medo com outras pessoas faz com que ele fique bem menos aterrorizante.
- Faça jogos mentais consigo mesmo - se tiver medo de falar na frente de várias pessoas, isso provavelmente acontece porque você acha que elas irão lhe julgar. Tente imaginá-las sem roupa, já que ser o único vestido na sala coloca você na posição de julgá-las.
- Pare de olhar a floresta inteira - olhe apenas a árvore que está a sua frente. Se tem medo de alturas, não pense que tem de ir ao quadragésimo andar de um prédio. Em vez disso, concentre-se apenas em entrar no corredor.
- Procure ajuda - o medo não é uma emoção simples. Se estiver com problemas para superar um medo sozinho, procure um profissional para ajudá-lo. Há vários tratamentos para o medo, e não há nenhuma razão para você não experimentá-los, desde que tenha a orientação de alguém com treinamento e experiência.
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