Em 1929, Mao Tse-tung, que mais tarde lideraria o Partido Comunista Chinês, usou a frase ssu-hsiang tou-cheng  (traduzida como "batalha do pensamento") para descrever um processo de  lavagem cerebral. Os prisioneiros na China e na Coréia eram normalmente  submetidos às técnicas de conversão comunistas. O conceito moderno e o  termo "lavagem cerebral" foi usado pela primeira vez pelo jornalista  Edward Hunter, em 1951, para descrever o que havia acontecido com os  prisioneiros de guerra americanos durante a Guerra da Coréia. Os  norte-americanos entraram em pânico com a idéia de uma doutrinação  comunista em massa através da lavagem cerebral.  
Depois das revelações da Guerra da Coréia, o governo dos EUA temia ficar para trás  na corrida das armas, por isso começou suas próprias pesquisas sobre o  controle da mente. Em 1953, a CIA começou um programa chamado MKULTRA.  Em um estudo, a CIA supostamente deu LSD (ácido licérgico) aos  pacientes para estudar os efeitos das drogas que alteram a mente e  avaliar a eficácia dos psicodélicos na indução a um estado mental de  lavagem cerebral amistosa. Os resultados não foram encorajadores e os  pacientes foram supostamente prejudicados pelos experimentos. As  experiências com drogas pela CIA foram oficialmente canceladas pelo  congresso em 1970, embora algumas pessoas afirmem que isso ainda  aconteça por baixo dos panos. O interesse público na lavagem cerebral  acalmou-se um pouco após a Guerra Fria, mas reapareceu entre os anos 60 e  70 com o surgimento de incontáveis grupos religiosos e políticos  secundários durante aquela época. Os pais que ficavam horrorizados pelas  novas crenças e atividades dos filhos tinham certeza de que eles tinham  sofrido lavagem cerebral em cultos.  Os suicídios em massa e os massacres cometidos por uma pequena  porcentagem daqueles cultos pareciam validar os temores de lavagem  cerebral. 
Patty  Hearst foi uma suposta vítima da lavagem cerebral naquela época. Ela  era herdeira da fortuna da editora Hearst e quando foi a julgamento por  assalto a banco,  usou como defesa a lavagem cerebral. Hearst ficou famosa no início dos  anos 70 após ter sido seqüestrada pelo Exército Simbionês de Libertação  (o SLA - Symbionese Liberation Army, que alguns consideram um "culto  político") e acabou se unindo ao grupo. Hearst relatou que foi trancada  em um armário escuro por vários dias após o seqüestro, passou fome,  cansaço, foi brutalizada e temeu por sua vida enquanto membros do  Exército Simbionês de Libertação a bombardeavam com sua ideologia  política anticapitalista. Após dois meses de seqüestro, Patty mudou de  nome, emitiu uma declaração na qual se referia de maneira ofensiva à sua  família e apareceu em uma fita de segurança roubando um banco junto com  seus seqüestradores. 
Patty Hearst foi julgada por assalto a  banco em 1976 e o famoso F. Lee Bailey a defendeu. A defesa alegou que  Hearst tinha sofrido uma lavagem cerebral pelo Exército Simbionês de  Libertação e que, em seu estado mental, ela não distinguia o certo do  errado. Hearst foi considerada culpada e sentenciada a sete anos de  prisão, dos quais cumpriu dois. Em 1979, o presidente Carter comutou sua  sentença. 
|  Foto cedida Davis Turner/AFP/ Getty Images Lee Boyd Malvo é escoltado por delegados na chegada ao tribunal para ser identificado por uma testemunha | 
Uma outra defesa de insanidade devido à lavagem cerebral chegou aos tribunais 30 anos depois, quando Lee Boyd Malvo  foi julgado por sua participação, em 2002, em ataques de tocaia ao  redor de Washington, D.C. Malvo tinha 17 anos e John Allen Muhammad  tinha 42 anos. Juntos, eles mataram dez pessoas e feriram três em um  massacre. A defesa alegou que o adolescente havia sido submetido a uma  lavagem cerebral para cometer os crimes, algo que jamais teria feito se  não estivesse sob o controle de Muhammad. De acordo com "A Defesa da  Lavagem Cerebral" na Psicologia Atual:   
- "Muhammad arrancou Malvo,  com 15 anos, de Antígua, uma ilha caribenha, onde sua mãe o havia  abandonado e o trouxe para os EUA em 2001. Veterano do Exército,  Muhammad encheu a cabeça do adolescente com visões de uma iminente  guerra e o treinou em pontaria certeira. Ele isolou Malvo, fez com que  ele mergulhasse em sua própria marca criminosa idiossincrática do Islão e  impôs ao seu filho 'adotivo' uma rígida dieta e regime de exercícios". 
O  argumento foi que Malvo passou por uma lavagem cerebral e, por  isso, não podia distinguir o certo do errado. Malvo foi considerado  culpado e sentenciado a prisão perpétua e sem direito a liberdade  condicional (Muhammad foi condenado à morte em um outro julgamento). 
Parece  haver um contraste entre o temor da lavagem cerebral na sociedade  moderna, como visto em filmes e literatura contemporâneos, e a aparente  crença de que a lavagem cerebral é algo sem valor. Seja qual for a  causa, as pessoas parecem fazer uma distinção entre a lavagem cerebral  de hoje e uma futura. 
O futuro da lavagem cerebral envolve  muito mais abordagens de alta tecnologia. Os implantes de cérebro são  muito mais assustadores do que os ataques contra a identidade verbais ou  físicos. Mas a maioria dos cientistas concorda que o campo da  neurocirurgia está muito longe deste nível de entendimento do cérebro humano.  Além disso, muitos psicólogos acreditam que a lavagem cerebral em larga  escala, via comunicação em massa e mensagens subliminares, por exemplo,  não é possível porque o processo de reforma de pensamento requer  isolamento e absoluta dependência do paciente para que seja eficaz. Não é  tão fácil assim mudar a personalidade e as crenças de uma pessoa. 
 
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